Domingo, 7 de Agosto de 2011

Cérebro Humano - De 40 a 68 anos: o apogeu da vida!

 

 

 

 

 

De 40 a 68 anos: o apogeu da vida!

 

 

 

O envelhecimento começa ao redor dos 22 anos. Todos envelhecem: os bons e os canalhas. Ser velho não é qualidade, nem defeito, apenas parte inevitável de um ciclo. Se quiser usufruir da maturidade com qualidade esta é a idade para começar a se cuidar física e mentalmente.

 

 

Muitas doenças não eram prioridades, pois a grande maioria morria antes dos 50-60 anos. Agora é diferente, a grande maioria vai chegar aos 70 anos. As doenças neurodegenerativas e as neoplasias malignas parecem que aumentaram sua prevalência, mas o que ocorreu foi um aumento no número de pessoas com o perfil para contraírem-nas.

 

 

O mercado não iria ficar impassível e adapta-se ao criar produtos, serviços e informações para pessoas que durarão mais tempo, consumindo-se mais e de forma diferente. A ciência como qualquer outra atividade também envereda-se pelo caminho do saber sobre o envelhecimento. A cada dia mais e mais trabalhos são publicados sobre as características do processo que, para alguns, representa a arte de envelhecer com leveza, alegria e aceitação. Para outros, envelhecer é sinônimo de padecer, sofrer, remoer e consumir mágoas e remorsos pelo que fizeram.

 

 

As evidências científicas a cada dia derrubam mitos e dogmas sobre o envelhecimento. Você estará cada vez mais inteligente, especialmente no período entre 40 a 68 anos, que pode ser reconhecido como "o apogeu da vida", conforme detectaram Schaie e Willis da Universidade de Whashington ao analisarem seis mil voluntários por 50 anos. A medida em que o tempo passa, o cérebro funciona melhor. Mesmo que você fique um pouco esquecido ou mais distraído, seu cérebro está muito melhor que antes, especialmente quanto ao aspecto intelectual das atividades.

 

 

No livro "O melhor cérebro da sua vida", Barbara Strauch relata que conforme envelhecemos, o cérebro se reorganiza e passa a agir e pensar de maneira diferente, o que nos torna mais inteligentes, calmos e felizes. Depois dos 40 anos se consegue aliar o vigor que fica da juventude com a sabedoria conquistada pelo portador do cérebro maduro.

 

 

Mas o que é sabedoria? Para o filósofo A. J. Severino "sábio é aquele que, em primeiro lugar, se mostra consciente da precariedade de todo o seu saber". Em um dos livros sagrados do judaísmo, o Talmude, está escrito: "Para o ignorante, a velhice é o inverno; para o sábio, é a estação da colheita". A sabedoria é uma postura e implica em saber o que fazer e como lidar com os problemas do dia a dia. Uma das formas de sedimentar um conceito está em conhecer o seu antônimo e o antônimo de sabedoria é a prepotência ou a arrogância. Apenas os limitados têm arrogância e prepotência.

 

 

Vários estudos com ressonância magnética em humanos revelam que o desgaste cerebral existe com o envelhecimento, mas é bem menor do que se imaginava e localizado apenas em alguns pontos. Os neurônios que processam as novas informações são os que mais sofrem e por isto se troca ou esquece tanto os nomes das pessoas ou onde estava o celular e as chaves. Mas os centros onde estão os neurônios que mais interessam, como os que retêm grandes acontecimentos e os conhecimentos da sua formação profissional, quase que ficam intactos.

 

 

Algumas áreas funcionam muito melhor nos cérebros maduros, como os neurônios dos centros do raciocínio complexo, necessário para se encontrar soluções de problemas. Outra habilidade própria de cérebros maduros e sábios está em detectar intenções e mensagens subliminares como ler nas estrelinhas. Logo no começo da conversa se capta até o perfil psicológico, o estado de espírito e qual a provável evolução da conversa com o interlocutor.

 

 

A neurociência explica a sabedoria dos cérebros maduros como os estudos do neurologista George Bartzorkis da Universidade da Califórnia. Os neurônios têm braços ou prolongamentos conhecidos como axônios que se conectam para passar as informações. Em volta dos axônios temos a gordura chamada mielina; quanto mais mielina, maior a velocidade na transmissão de informações.

 

 

 

Na juventude, os neurônios com mais mielina são os responsáveis pelos movimentos e fala. No cérebro maduro, os neurônios envolvidos com raciocínios mais complexos e que analisam contextos ou situações, são os que mais têm mielina. Talvez isto explique por qual razão os jovens movimentam-se tanto e falam mais ainda, enquanto os adultos maduros escutam e analisam mais serenamente as situações, para depois oportunamente se manifestarem!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Alberto Consolaro – Professor Titular da USP e Colunista do Caderno Ciências do JC Bauru São Paulo

publicado por emtudoavontadedeus às 00:44
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