Sexta-feira, 25 de Outubro de 2013
Assim que, meu amor, meu cárcere será teu coração, as cadeias o amor, as portas que me impedirão de sair será tua Santíssima Vontade, tuas chamas serão meu alimento, tua respiração será a minha.
"Memórias da Serve de Deus Luisa Piccarreta".
(continuação e final da 4ª Hora)
Oh, Jesus, beijo tua mão direita, e intento reparar todos os sacrilégios, especialmente as missas mal celebradas. Quantas vezes, meu amor Tu és obrigado a descer do Céu nas mãos dos sacerdotes, que em virtude de seu poder te chamam, e encontras essas mãos cheias de lama, que jorram imundice, e Tu, ainda que sinta náusea dessas mãos te vês obrigado por teu amor a permanecer neles!
E mais, em alguns sacerdotes, Tu encontras neles os sacerdotes de tua Paixão, que com seus enormes delitos e sacrilégios renovam o deicídio. Meu Jesus, me dá espanto só de pensar! E outra vez, como na Paixão, estás naquelas mãos indignas, como manso corderinho, esperando de novo tua morte.
Oh, Jesus, quanto sofres, Tu quisestes uma mão amorosa para libertar-te dessas mãos sanguinárias!
Ah, te rogo que quando te encontres nessas mãos me chames para estar presente, e para reparar-te quero cobrir-te com a pureza dos anjos, perfumar-te com tuas virtudes para diminuir o fedor daquelas mãos e meu coração como consolo e refúgio, e enquanto estejas no meu eu te rogarei pelos sacerdotes, para que sejam dignos ministros teus, e não ponham em perigo tua Vida Sacramental.
Oh, Jesus, beijo teu pé esquerdo, e quero reparar por quem te recebe por rotina e sem as devidas disposições.
Oh, Jesus, beijo teu pé direito, e quero reparar por aqueles que te recebem para ultrajar-te. Ah, te rogo que quando se atrevam a fazer isto, renoves o milagre quando Longino te traspassou o coração com a lança, e no fluxo daquele sangue que brotou, tocando-lhe os olhos, o converteste e o curaste, e assim, ao teu toque Sacramental, convertas as ofensas no amor.
Oh, Jesus, beijo teu coração, contra o qual se faz todas as ofensas, e eu tento reparar tudo, e por todos dar-te uma correspondência de amor, e sempre junto contigo compartilhar tuas penas.
Ah, te rogo celestial arqueiro de amor, se alguma ofensa foge à minha reparação, aprisiona-me em teu coração e em tua Vontade, afim de que nada me escape.
Rogarei à doce Mãe que me tenha alerta, e junto com Ela te repararemos tudo e por todos, juntas beijaremos, e fazendo-nos tua defesa afastaremos de Ti as ondas das amarguras que recebes das criaturas.
Ah, Jesus, recorda que também eu sou uma pobre encarcerada, é verdade que teu cárcere é mais estreito, qual o breve giro de uma hóstia, por isso encerra-me em teu coração, e com as cadeias de teu amor não só aprisiona-me, mas ata um por um de meus pensamentos, meus afetos, meus desejos, ata-me as mãos e os pés ao teu coração para que eu não tenha outras mãos e outros pés que os teus.
Assim que, meu amor, meu cárcere será teu coração, as cadeias o amor, as portas que me impedirão de sair será tua Santíssima Vontade, tuas chamas serão meu alimento, tua respiração será a minha, assim que não verei mais que chamas, não tocarei senão no fogo, que me darão vida e morte, como a que sofres Tu na hóstia, e assim te darei minha vida; e enquanto eu ficarei aprisionada em Ti, Tu ficarás livre em mim.
Não foi este teu intento ao encarcerar-te na hóstia, o ser desencarcerado pelas almas que te recebem, tomando vida nelas? Por isso, em sinal de amor abençoa-me e dá-me um beijo, eu te abraço e permaneço em Ti.
Porém, oh, meu doce coração, vejo que depois de que instituístes o Santíssimo Sacramento e que vistes as enormes ingratidões e ofensas das criaturas, se bem ficando ferido e amargurado, não desistes, ou melhor, queres afogar tudo na imensidão de teu amor; vejo que instruis os teus apóstolos, e depois agregando o que Tu fizeste, o devem fazer eles também, dando-lhes poder de consagrar, e de tal maneira os ordenas sacerdotes e instituís este outro sacramento.
Assim, oh, Jesus, em tudo pensas e tudo reparas, as pregações mal feitas, os sacramentos administrados e recebidos sem as disposições necessárias, e por isso, sem efeitos; as vocações equivocadas dos sacerdotes, por parte deles como por parte de quem os ordena, não usando todos os meios para conhecer as verdadeiras vocações. Nada te escapa, oh, Jesus, e eu quero seguir-te e reparar todas estas ofensas.
Depois que destes cumprimento a tudo, em companhia de teus apóstolos te encaminhas ao horto de Getsêmani para dar princípio à tua dolorosa Paixão. Seguirei-te em tudo, para fazer-te fiel companhia.
Terça-feira, 1 de Outubro de 2013
"Memórias da Serva de Deus Luisa Piccarreta": O menino ressuscitado.
"Memórias da Serva de Deus Luisa Piccarreta"
O menino ressuscitado
Este fato extraordinário me narrou a senhorita Benedetta Mangione, muito idosa, contemporânea de minha tia Rosaria, a qual também formava parte do grupo de meninas que frequentavam Luisa para aprender bordado com bastidor.
Eis aqui sua narração:
«Uma manhã de um dia de 1920 o 1921, enquanto eu estava na casa de Luisa, depois de assistir a Santa Missa celebrada por seu confessor, Gennaro di Gennaro, entrou no quarto da Serva de Deus uma mulher jovem totalmente agitada que, com gritos de desespero, apoiou nos joelhos de Luisa seu bebê morto, enquanto ela se ajoelhava em sua cabeceira, chorando desesperadamente.
Todos ficaram surpreendidos e Rosaria tratou de que a mulher se levantasse. Pelo modo com que falou, compreendi que era parente sua.
Luisa não se molestou com a cena e se pôs a acariciar o menino, que estava sobre seus joelhos, e disse para a mãe: «O que fazes, Serafina? Toma o Luís e lhe dê leite, pois tem fome!". E o pôs em seus braços».
Logo, minha tíia Rosaria a convidou para sair do quarto e a voltar para casa. A jovem obedeceu prontamente.
A senhorita Mangione, igual a todos os que se encontravam no quarto, tiveram a sensação de que o menino havia ressuscitado. Porém, sabendo que Luisa não queria que certas coisas se oubessem não falaram com ninguém do acontecido.
Rosaria cerrou as cortininhas da cama de Luisa e fez todos sairem, dizendo que Luisa devia fazer sua ação de graças pela comunhão, que acabava de receber.
Tampouco seu confessor disse palavra alguma, senão que se foi imediatamente, junto com a mãe do menino.
Alguns dias depois deste episódio, minha tia Rosaria disse para Angelina: «Aqueles dois -referindo-se a seu irmão e sua cunhada, que estavam recém casados- devem deixar de ir ao teatro; do contrário, acabarão ambos no cárcere».
Eis aqui como se desenrolaram os fatos que levaram à presumível morte do bebê.
Os recém casados, Francesco Bucci e Serafina Garofalo, eram muito aficcionados pelo teatro, ao qual iam com frequência. Nasceu-lhes um filho, ao qual chamaram Luigi.
Uma tarde, no teatro de Corato, se representava uma ópera de Verdi, me parece que se tratava de Rigoletto. A tentação foi tão forte que os dois deixaram o bebê no berço e foram ao teatro.
Ao voltar do teatro, já quase na aurora, quando entraram em casa, encontraram o menino que havia dado uma volta no berço e havia se asfixiado. No meio do pânico, o pai, Francesco, fugiu de Corato, enquanto a mãe, Serafina, presa de desespero, envolveu o menino numa manta e o levou para Luisa.
Desse episódio na família não se tinha falado nunca. Só uma vez minha mãe, Serafina Garofalo, se referiu a um menino ressuscitado, mas, talvez por sentir-se culpada, não disse de quem se tratava.
O que posso atestar é que minha mãe amava profundamente seu filho primogênito e sentia uma grande veneração por Luisa a Santa, até o ponto de que falava sempre dela.
Também meu irmão Luigi sentia a mesma veneração por Luisa. Com efeito, depois da condenação de 1938, minha tia Rosaria veio para nossa casa e queria queimar todos os objetos que pertenciam a Luisa, mas meu irmão, que então tinha dezoito anos e estava a ponto de fazer o serviço militar, se opôs com todas suas forças.
E quando lhe disseram que quem não obedece a Igreja vai para o inferno, respondeu: «Eu vou para o inferno, mas essas coisas não se queimam» e, por precaução, colocou todos os objetos pertencentes a Luisa num pequeno cofre e os levou consigo.
Atualmente esses objetos estão em mãos de minha cunhada, Rita Tarantino e de seus filhos, que os conservam zelosamente.